Carolina Matta
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, negou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha feito um pedido ao ditador chinês Xi Jinping sobre o envio de uma pessoa de “confiança” ao Brasil, com o intuito de ajudar o governo na regulação das redes sociais, especialmente relacionado ao TikTok. Em audiência nesta terça-feira (20), o ministro contradisse a versão apresentada por Lula.
“Não houve convite para nenhuma autoridade chinesa [vir ao Brasil para discutir a questão do TikTok]. Não há programa de visita de especialista, isso pode acontecer no futuro, o Brasil tem que regulamentar a questão das plataformas e depois [de feita essa regulamentação] o Brasil tem que tratar disso com o governo chinês”, declarou Mauro Vieira.
Mauro Vieira também defendeu a regulação do TikTok. "Tem que ter e tem que haver algum tipo de controle, essas plataformas têm que ter algm tipo de responsabilidade", afirmou.
Questionado sobre a conversa com o ditador chinês, Lula se irritou durante uma coletiva de imprensa e reclamou dos ministros que estavam presentes na reunião, especialmente após uma aparente gafe da primeira-dama Janja da Silva vir à tona. Na reunião privada com Xi Jinping, ela teria dito que o algortimo da rede social chine favorecia conteúdos da direita.
Em resposta, o dtador chinês teria respondido que o Brasil tem direito de regular ou banir o TikTok. Entretanto, Lula disse que foi ele que mencionou o TikTok ao invés da primeira-dama, e pediu que Xi Jinping enviasse representante da plataforma ao Brasil.
Audiência no Senado
Mauro Vieira foi chamado para audiência no Senado para esclarecer a concessão de asilo diplomático à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada pela Justiça a 15 anos de prisão no âmbito da Operação Lava Jato. Ela é esposa do ex-presidente Ollanta Humala, e ambos foram acusados de lavagem de dinheiro por financiamento ilegal.
Esse financiamento seria feito por parte do ex-ditador venezuelano Hugo Chávez e da construtora brasileira Odebrecht, justamente para financia as campanhas eleitorais do ex-presidente peruano em 2006 e 2011.
Nadine Heredia foi “resgatada” por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB). Antes disso, ela permaneceu abrigada na Embaixada do Brasil no Peru.
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